sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Última poetisa


Em nuvens suspensas
Por fios de amarração
Num palco de encenação
No ar de plenitude tensa
É para a poesia
Como a melancolia
Dos atos modernos
As palavras fluem
Nos ballets de sensibilidade
Dos seus dedos fecundos
Manuscritos a ganhar o mundo
Última poetisa
Como a Arara-Azul-de-Lear
Raríssima. Belíssima
Na distância de um olhar
Para os poucos
Para um mundo limitado
Quase morto
Da música dos dedos
Um sentimento inacabado
Ganhando pedaços
E há cada estrofe se despedaça
Entrego-me ao seu céu
De rachaduras negras e espuma
A um mausoléu de folhas brancas.


Ander 30/09/2011

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