sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Amargor




Uma tecla de um piano grande e velho
Numa sequência ininterrupta do dedo
Subindo e descendo franzindo o cenho
Entre oscilações do tédio, espanto e medo.

Uma flauta de uma boca imaginaria
Suspensa no ar de um lado a outro
Triste todas as vidas tocando iria
Nas campinas deserta, quebradiça.

O triste e de seu próprio assombro
Caminha a amargura e levita o leviatã
Na figura de um fantasma que não assusta
Figura de gente que tem as constelações nos ombros.

Como anil do céu são os olhos negros
Sem idioma e sexo ponderado e débil
Incerto. Torto. Sem quaisquer gêneros
Harpa enfadonha e seu inferno móvel.

Meus clichês de música tediosa de misantropia
Nascem na antropologia genealógica de Jesus
E fui Eu morrer assim como o apostolo André
Em uma cruz em forma de X na Grécia Antiga.


Ander 11/06/2012

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