sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Sono Líquido


Guardo luas lágrimas nas torrentes
Das águas. Sono líquido clareando
Clava de dentes. E cravo de dentes
Os sonhos, e também os afogando.

Recordo suas lagrimas nas torrentes
No arranhas céus de paredes mornas
Quieto, inóspito. Velhas novas normas
Dois brancos leites derramados quentes.

A superfície da lente dos seus olhos
Quando os raios sol machucam quanto
Um derradeiro pranto encerra um selo
Medo que jaz de mim em negro peito.

O éter idade fecunda os vinhos brandos
Que dos lábios corre discreto loucos
Antagonistas das marés e dos barcos
Um imóvel ao lago e o outro chacoalhando.

Assim dois corpos incertos
No subterrâneo dos encéfalos
Um no vandalismo dos instintos
O outro carregado de razão e abalos.


Ander 10/12/2012

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