sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Hibrida




Curvas de amor. Anestésica
Esculpidas por desvios de conduta
Em que a Natureza tediosa de tal música
Arrancou profundo uma porção de carne bruta:

Há envergar para os três anjos do céu
O falo mais fabuloso que uma mulher oculta
Híbrida dos dois sexos num tamanho escarcéu
O carnaval ininterrupto de um útero bêbado de cicuta.

Câmeras frias, acanhamentos descartáveis
Propulsão do sexo e inconsciência retroativa
A impelir a ciência nas formulas inexplicáveis
A explicar o regozijo indiferente da natureza ativa.

Agressiva, e dócil bicho da selva moderna
Libertina e hedonista e decadente em luxuriahahas!
Carrega o asco de Jesus Cristo nas próprias pernas
E de todos os santos. Condenada a vil Inferna e fúria.

Teu pau é a espectadora; frívola ou atuante
Espécie nova de serpente no convés do amanhã
Na sombria intimidade Hebraica do varonil amante:
Faz-se a fêmea atiçadíssima que suas memórias entranha.

Nas divisões do Inferno Reina Sodoma e Gomorra
Um som irritadiço flui da garganta em vibrações com o ânus
Áspera! Serena! Tremula! O corpo inteiro acolhe a porra
E se igualam tais prazeres: O do rabo é amigável com a deusa de Vênus.

Latrinas e prédios. Uma canção moribunda da noite
Faróis tímidos revelam um corpo seminu. Estrela de bronze
O estômago ébrio do cérebro na corrupção e putrefação da sorte
Vai cair à 00h00min a luz morta da esquina do número onze.


Ander 31/12/2011

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