sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Absinto febril


Nuvens dispersas obscurecidas nuvens
A cerca de seus braços envolvidas lúgubres,
Envolvidas em sombras volvendo invisíveis
Sombreadas onipotentes a claridades pobres.

Sonho de névoa é a consciência imersa
Espatifando numa vala de carne e ossos
É onde meu espírito a encontra inversa...
Altiva e Indecifrável vai a versos.

Coagulado na garganta uma chama de sangue
Que a expelimos na grama pastoril dos santos
Ao coração através das aritméticas das falanges
Uma porção de novos e carinhosos sentimentos.

É onde num abstrato do corpo
Pinceis das loucas perfeitas...
Emoções à noite nos espreitam
No absinto febril de um copo.

Emoções à noite nos espreitam, felinamente
Espreita-se uma Matriarca das Panteras
No arbusto olhos incandescentes de feras.

E a fraqueza das cores; o verde das folhas
Como o vermelho receoso das rosas
Cai em declínio na passagem da Morte.
Uma bela caveira a acompanha pomposa.

Num caos tranquilo das Esferas
Da mesma matéria das violetas lilás
É onde lhe apanho as estrelas.

E é noite mil vezes ainda
Meus dedos roça lhe a boca
Da paixão sangue estranho ímpeto...
 “Um olhar atordoado. Uma lembrança. Suas mãos.”
Acalantas atmosféricas recíprocas.


Ander 07/04/2010

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