sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Dionísio XXI




Dionísio moribundo suspirava
Ao pé da gigantesca sepultura
Ergueu o dedo suave a altura
E ao seu epitáfio falava.

O sexo espiritual eunuco
Estagnado incredulamente
Paladar horrível. Soltura dos dentes
E o vinho vazado de uma vagina cancerígena.

Dionísio Bradava! Hoje a desdém
Antidepressivos nessa hora
Pois não há ninfas a deixá-lo duro
Ou mancebos a bolinar seu rabo.

Cornucópia dos sentidos
Deus da orgia, deus da libido
Odores de seus vales apodrecidos
E há só moscas aos redores de Dionísio.


Ander 02/02/2013

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