sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Mortalidade


De Sócrates, Platão e Aristóteles
De Anaxímenes, Parmênides e Heráclito
E mais alguns trilhões batidos
No sistema caótico das almas
Dos faraós do Egito, de todo seu reinado
E de seus escravos e mais alguns trilhões batidos
No sistema caótico das almas
Reis e plebes. Hindus e Islamitas
Mulçumanos e Xiitas e as tribos do Brasil
Judeus e no meio o autor de Cristo e Deus
E mais alguns trilhões sem nome
Passando por Roma os massacrados
Há de prestarem contas com seus carrascos
No sistema caótico das almas
Entretanto há de voltarmos
Na era dos macacos – já quase humanos -
Digamos já dignos de ter uma alma
Eles convivem com os contemporâneos
No atemporal caos dos espíritos
Como há de conviver mesmo assim já sendo tantos
Maquiavel por exemplo e Arthur Schopenhauer
Num ligamento sem tempo com a estupidez dos povos.

Alguns não têm a consciência
Nem sabem que estão mortos
Porque não pela necromancia?
Não dizemos: “acorde logo, acorde!”

Se há de sermos consciência
Na metafísica iluminada da mente
Para aqueles que sabem que estão mortos
Na complexa infinitude do tempo
Partimos até para quem inventou Cronos
Uma explicação do enigma do tempo
Para aliviar os entediados mortos há mil anos
Onde? Onde? Dos que já não são nem ossos
Há tantas câmeras antigravitacionais para todos?
Numa diversão enfadonha de dar uma de super-homem
Em algum momento um lamento pela mortalidade
E dizer escondidinho “amada mortalidade”
Para os que não sabem “a ignorância é uma benção”
Num profundo tanto - faz tanto - faz para todos
Pois, ao que souberem voltamos logo acima;
E logo na consciência aterradora da filosofia
Desejará a carbonização do ser, o derretimento da fala
O recipiente que nunca veio a encher.


Ander 12/10/2011

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