sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Insônia





Trancado seus portões de ferro rubro
Ao fim dos que adentram todas as noites
Numa câmera congelada de espinhos
De onde se fabrica os sonhos negros
E no atemporal do ínfimo tempo
São Aqueles que não estão prontos ainda.

A recusa da morte é a insônia
Trancado seus portões de carranca
Aquele que de imprudência não entra
Carrega a vela que o pavio não inflama
E não traz o aspecto congelado
Da cadavérica pintura do passado.

Angustia estomacal
E o vômito feito de dedos
Não dormir é o sangue
Dos orifícios sensoriais...
Na nítida angustia
Dos males que aflige o homem
Os lençóis de psicose
Traz todas as meticulosidades
Da degradação da existência.

Para livrar-se das tempestades
Dessa metade de duas faces horrendas
Tem de ir ao centro além dos portões
E fixar-se eternamente junto aos que estão mortos.


Ander 28/11/2012

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