sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Maquinário




Tochas de metais incandescentes
Retorcidos por mãos enferrujadas
Passadas cibernéticas e presentes
Bando em vão as latarias pesadas.

Parafusos que seguram o encaixe
As dobradiças dos braços irregulares
Giram feixes de cópias de paus nos molares
Em outra parte do que seria a boca aquilo mexe!

Fagulhas abruptas. Um circuito estala
Vão às labaredas de fogo em tela primaria
Um líquido preto cursa no mando das válvulas
Esquenta o coração, impulsiona uma espécie de gritaria.

Ardor das Maquinas. Não existe alma
Mas um programa de tristezas falhas
Placas de aço, amontoados de tralhas
Sucumbindo como carnes trêmulas.

Monologo artificial:

Aprendi sobre os empíricos,
Dos matemáticos e os astros
A compreensão do Universo
Mas emudeço a sentir um verso.

Sou o que não é tamanha abominação
Digimortal. Obsoleto. Industrializado
Propriamente feito por mim mesmo desfeito
Mecânica espiritual analisado.

Vai a máquina lá e eu em mim encosto
O mais próximo do homem chama de opio
Queimo por dentro digitalizo um rosto...
Não putrificado em horror do instante arrepio.

Dos seres que o comem por dentro
Ruídos de desconstruções mortais
Ruídos que rangem algo que não sinto
Rangem e rangem e rangem infernais.

Embora não sinto, há algo mútuo...
Entre o estraçalhamento dos meus circuitos
E aquilo que finda o tumulto da espécie humana
Ambos têm a morte Eu da destruição e o homem da alma.


Ander 25/06/2012

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