sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Inconstante


Anjo em pompa no ninho de uma ave putrefata
Lúgubres imagens de imensas arquiteturas góticas
Incumbida a um corpo de manifestações libidinosas
Oh! Angel, de infância mortuária, sedenta e vasta.

Desce ao abismo das almas suplicantes
Para em sua ira, todavia aconchegante, às almas flagela
Oh! Angel, sedutora, excitante, a procurei incessantemente
Em uma era; e cega, morte por febre amarela.

Para vê-la assim informe, inconstante simbiose
Distante que está de mim; somos vítimas da vida, amantes da morte
Inconstantes... Assim a quero, a nudez resplandecente que tem tamanha posse...
Desse semblante moreno. Gozemos ao ataúde decadente!
              
Esferas incompreendidas, do brilho da lua, cadavéricas testemunhas
Do Império dos MORTOS, o sangue sujo e esquizofrênico
Um encontro noturno no cemitério vai uma sádica á me sangrar com as unhas!
No horror da sociedade contemporânea, estereótipos, arranco-lhe a pele.

Vai ao alto pairando na fumaça de seus apetitosos lábios
A devassidão, a blasfêmia, as viciosas e sátiras bestas
Fornicando na superabundância do zero; a filosofia extraordinária!

Ah! Latrina humana, resíduos miasmáticos e amor à misantropia
Amo te, nevoa de meus sonhos, tu és meu quadro onírico
Percorre meus últimos sonhos, pois pereceremos unicamente ao mundo branco.

Fugaz a o pensamento, morrer quero a seu colo sempre e reviver morrendo novamente
Fugaz o humano sempre, abrace-me em seus braços quentes para sempre.

Ondulante, entrelaçando o vácuo melancólico do Universo
Sondá-la hei senhora, da necrópole donde vivo, dos jardins que tu moras
 Uma saliência na vontade humana, espécime cara, filha de Pandora.

E você disse – Cortei-me o pedaço da alma, bem onde Deus ressonava
E dissipei a luz do pensamento, no obscuro ápice do momento
Afundei-me na perplexidade do meu eu e no atroz da saliva
Vou negando a vida por que sou uma complexidade negativa do firmamento.

Oh! Límpido e lapidado nada, senhor de meu coração em chamas
Espíritos que inflama, dezenove anos de uma vida mansa? Não espero nada.



Ander 2009

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