sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Algodão




De pé perante um abismo
Olhei a substância da morte
E mergulhei em meu sadismo
Para comprovar os enigmas da sorte.

Cai em demasiados rios de lírios
Sem um ferimento ou dor impossível
E ao meu lado um estrebuchado rouxinol
Um animal que me acompanhou ao meu delírio.

Nas hostis vegetações fechadas
Senti a dor dilacerante das pedras
A espremer as facetas imaculadas
E não ter êxito nas cátedras das freiras.

E dessas veredas de tardes obscuras
A fauna inteira do Brasil a espiar-me:
- Igual à ciência ao redor de um cadáver -
E desse ínterim tais coisas a irritar-me.

Em minhas andanças evitei certo animal...
E dessa experiência da sorte deparei-me rente a rente
Lá vindo, a rastejar, a sibilar, a maldita serpente
Lá vindo assim bem nobre arrogante e vil.

 - Numa posição antropomórfica
Este réptil zombou das duas pernas
Por essa ser glamour da razão e da perfeita física
Conseguinte filosofia e não ter compatibilidades fraternas...

Com os desígnios da religião
E no seu entendimento
Ser um símbolo da perversidade
Para essa e da sabedoria na filosofia
Era um rudimento incrivelmente inexo -
Gritei “sai daqui demônio irreflexo!”

Cansado dos bichos de terra pulei ao mar
E esse me vomitou no mesmo instante
É que o mar desdenha o homem antes
E o homem o mar quer tomar.

Cai em terra, mas logo fui levado pelas aves
Tão alto, tão alto, tão alto que andei nas nuvens
E parei de andar e parei de tudo dentro dessa aeronave
Somente esses pedaços brancos, algodões de versos para narrar.


Ander 16/02/2013

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