sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Amores


Inclina-te paspalho ao batimento cardíaco do peito
Afugenta estas mãos a matemática imutável e a lei física
Que com esse punhado de amor recolhido em semblante eleito
Numa condição amargamente não reconhecida e um tanto tísica.

Viu e sentiu e teve e despiu os bustos dos pomares
Das amantes...  Neste amplexo a amplitude ao vácuo de um velho
Ao céu um lampejo intenso ao breu voltou à pele dos mares.
O sentimento esvaeceu e foi com teu brilho loiro em tom vermelho.

Vou maculando uma extensão rala com sangue preto
Amei todos os amores da fantasia adolescente no congelamento do tempo
E por amor veio a morte em cavalo de assombro decomposto
Persegui-me incansavelmente como a faminta serpente ao rato dos escombros.

Ah! Fendas à carne dilaceram os arcaicos atrozes
Que despertam nos corações vorazes no encéfalo das mulheres
A corcunda do varão singularmente belo dado aos prazeres
Sondável conquanto imperfeito seja o círculo que tu fazes.
                                                                             


Ander 21/07/2007           

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