terça-feira, 19 de setembro de 2017

Coração de Sorriso infindo


Esse seu sorriso
De quando sorri
Sorri de dentro
Pegando impulso
Num grande salto
Com tudo, sobre
Tudo, aberto, não
Voltado adentro.

Esses seus sorrisos
Tantos deles, de cristais
De espuma, de brandura
Algo tão seu, algo tão sua,
Mas todos são só uma
Que vem feito areia de praia.

E ondas me deixo ser
Me encharcando
Perdido e de encontro a você
Estendendo minha alma
No varal vasto do mar.

Esse sorriso que se abre
Uma determinada...
Um alvo de amor e felicidade,
De onde não havia nada
Um terreno outrora árido
Que jaz no meu passado.

Esse seu sorriso,
Quando mesmo não está sorrindo
Sorrindo está por dentro toda
E não, nunca mais se acaba
E mesmo sem sorrir assim
Sei que por dentro é tão clara
Ininterruptamente uma paz rara
Que só se encontra no fim.

E tudo assim, esse sorriso é secreto
De quando raramente está mais quieta
É dessa da qual falo
E todo ele está dentro
De amor em seu silêncio
Do qual só eu assim te enxergo.


Ander 19/09/2017

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Ao Mar: Para Deus






E desceu as águas sobre tua cabeça
Mantos de torrentes subaquáticas
E fez de águas o universo inteiro
Dos mais famosos seres aquáticos
Aos mais terríveis submersos monstros.

Decidiras viver com esses para o sempre
Onde leviatãs não eram tão mais que demônios
Chicoteando nas correntes do crânio
Que vieram do teu útero enorme
Nestas profundidades de grandes tubarões
E cardumes que nadam contra a correnteza:
Todos filosofando com o criador,
Sobre os infortúnios da existência
Todos filosofando com o próprio Deus.


Ander 11/09/2017

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Sons de Amor


Teus olhos de fascínio, de amor brando e encanto
Ao meu olhar adentro e misteriosamente profundo
Escrever, então, se fez necessário, quando... ... .... ...
As palavras não foram mais, e tivemos um silêncio sacrossanto.

E meus sentimentos que contive, os mais amáveis
Ao redor de uma cerca bruta, protegido todos eles
Arrebentaram como feras, sentimentos indomáveis
E saíram todos correndo, saltitando pelos mares...

Óh! Deus, eles foram em frente ao grande teatro (os sentimentos)
E todo mundo afora, como figurantes dispensáveis
- A amei sem antes tê-la, e a amei demasiadamente mais
Antes de vê-la, pois, as estrelas num sonho, me confidenciaram.

Seus lábios aos meu tocaram, e nos devoramos!
Em amor tamanho, cosmológico, em amor astronômico
No amor dos santos, de amor puramente nós entregamos
E enlaçamos nossas almas em puros sons de amor harmônico.

Minha alma e meu corpo então puros de você
De toda a fragrância que emana de seu amago
E dado o toque antes de nossos corpos, antes,
Quando sua existência se construía, minha alma...
Já se encharcava de você, embriagava de você!

E dentro disso tudo, ontem não a conhecia
Hoje me esbaldo, derramo do liquido 
Transborda enxurradas sentimentos que vencia
E continua como duas estrelas de uma mesma família.


Ander 23/07/2017

sábado, 10 de junho de 2017

Olhos de Missiva


Quando o sol poente adormece
Em teu sorriso, da luz, ele descurva
Vai sob o teto da estação, desvanece
Suas costas aos meus olhos de missiva.

E seu nome assim ecoando
Um temporal de águas da alma
Deixar-te, não! Ir inundando-a
Onde mergulho a derramando.

Retorna de sentimental pranto
A sua ida que vai... e se distância
E olho as costas de quem nunca mais
Talvez jamais a veria novamente um dia.

Ardente desejo de subi-la tanto à Lua
E descê-la no amor profundo dos corpos
Ah! Lembro agora, foi o tempo do relógio nulo
Onde o nosso beijo ondulou num sopro.

De Sato cobri as estrelas brandas
O coração do mundo todo nos espiando
A tive, e como meros figurantes as árvores,
O tronco que chora, pássaros e a espécie dos homens.


Ander 10/06/2017

terça-feira, 21 de março de 2017

Alma nua


Olhei por uma fresta de minha alma
Teu corpo no beiral de uma cama se despindo
Com os olhos de chuva, pingos d’agua descendo
E cada peça de roupa desnudando-a ia,
Até seu corpo nu, que continuou ainda
Além da pele e dos músculos...
O sangue por completo transbordando-a
E de cada órgão que rompia,
Tal luz não mortal, angelical explodia!
Conforme se despindo...
Até a peça derradeira, de um certo horror
O espelho sem querer refletia
Em dada a hora, ao olhar
A última peça que faltava
Era seu crânio que a você voltava
A vendo completamente nua
Só assim estando pronta
Pegou entre os dedos,
A pena, de completos, inteiros sentimentos
E começou a escrever teus poemas.


Ander 21/03/2017

domingo, 12 de março de 2017

Substância” as montanhas


Caim! Filho meu, teu nome traz a adversidade
Nas inconstantes branduras e constantes obscuras
O brilho! Já brilha o contraste no berço e arde
Boa aventura.... Oh não! Somente a criatura...

E a linha do fantasma medonho é você quem puxa.

Títeres mal costurados serão tantos a teu ninho
Espécimes todas triangulares enaltecidas deliram
E teu vazio não compreende o caos daquele linho
Desenrolando ainda mais confuso, a literária agonia.

Meu símbolo, minha ideia, minha sombra média
A marca na testa é onde vai minha alma irregular
Sofre e não morre... e não vive a estupida comédia
De não te enaltecer em constelação nenhuma.

Os infortúnios, tais cães dóceis serão os que te ama
E carregara “minha plásmica substância” as montanhas
Meus ossos que também são teus e lá enterrara a si próprio...
Como eu ................................ E depois dali descera algum outro
Já distante de mim e não mais tão próximo de você.


Ander 11/03/2017

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Braços de abraços


Esse abraço nunca antes dado
Quando depois de seus braços aos meus
Foram levados... pela noite adentro
E tivemos palavras de encontro
Distanciadas, mas tão próximas
Que senti e tive a certeza
Que já a conhecia a vida inteira
O coração sorriu o riso da face
E mesmo não a vendo, a tive
Em todos os detalhes
Sobre todos os meus lábios
E dentro de ti contemplativo estive
De nossas almas saindo de nós
Indo de encontro a Deus
E nossos corpos voltados abaixo
Na natureza dos teus segredos
Do pouco que se fez sem seu contato
Como agora depois da tempestade
A escuridão encobriu seus passos
Que meu coração pontualmente a seguia
Tenho a falta e um carinho santo
De tê-la todos os dias ao meu peito
Como parte do meu ser, carbono, átomos
Sensações, afetos, impregnados de você.


Ander 24/02/2017

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Espaços contemplativos


De sua presença o pouco me foi tanto
Que esse tanto foi de encontro de canto em encanto
De um estalo circular nos espaços contemplativos
Que me dei conta que o que tinha antes
Nunca me aconteceu de fato
Como puros vendavais barulhentos de tédio e acasos
Pois assim ao que recordo de sua fala mais escrita
Que esse tanto me trouxe, tão pouco em tempo
De uma presença silenciosa e tão bonita
Foi o bastante para lhe dizer o antes quanto.

Que a alma carrega todas as feridas
Para serem cuidadas pelas mãos do outro
Essas mãos que ao penhasco nos socorrem
Não é qualquer mão que nos puxa para cima
Existem mãos tão vivas e mãos tão franzinas
E dessas que são franzinas nos puxaram tanto
Que só conseguiram retirar das profundezas...
O corpo. E assim para o amor reciproco
As mãos têm que puxarem antes do corpo...
O espírito.


Ander 30/01/2017

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Vale de pedras


Pelo vale de pedras cercadas
Torres de pedras imensas
Lugares amplos e assombrosos
Paredes incomensuráveis
Em cada uma delas uma parte
De minha alma despedaçada
Cada uma um gêmeo idêntico
Desatinados, mornos ou doentes
Todos eles feitos de destino
Coleções do labirinto
Que vão para lá mais cedo ou tarde
Dependendo da importância da eventualidade
Fincados nas paredes de castelos
Repletos de pedras historicamente encerradas
Pedras de tédio e pedras de orgasmos
Pedras de amor fadado ao fracasso
Gigantescos monumentos de pedra
Do que chamamos de passado
Manuseados com cuidado...
Cirurgicamente precisos...
Quando a consciência um retira
Possivelmente todos desabam.


Ander 02/01/2017