terça-feira, 21 de março de 2017

Alma nua


Olhei por uma fresta de minha alma
Teu corpo no beiral de uma cama se despindo
Com os olhos de chuva, pingos d’agua descendo
E cada peça de roupa desnudando-a ia,
Até seu corpo nu, que continuou ainda
Além da pele e dos músculos...
O sangue por completo transbordando-a
E de cada órgão que rompia,
Tal luz não mortal, angelical explodia!
Conforme se despindo...
Até a peça derradeira, de um certo horror
O espelho sem querer refletia
Em dada a hora, ao olhar
A última peça que faltava
Era seu crânio que a você voltava
A vendo completamente nua
Só assim estando pronta
Pegou entre os dedos,
A pena, de completos, inteiros sentimentos
E começou a escrever teus poemas.


Ander 21/03/2017

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