terça-feira, 21 de abril de 2015

Vil Fantasma


O chá na boca passa a hora
E amarga! antes doce estava, e agora
As palavras, sem vida de um amoroso padre
A garganta fecha. Bate a janela de madeira, a madre
E os trincos dos quartos se contorcem, pavoroso adveio
Tocam os sinos, chamam o povaréu, um ar completamente feio
Todas de saúde estavam e irão morrer em seus quartos pequenos
O tal dia tarda, iluminando a candeia de barro. E cheia de venenos...
Da serpente! que sai dos matos e morde o animal que estaria à mesa.

Em frente o cemitério onde pouca gente espera o cadáver de um velho
O corpo que rendeu-se a desmaterialização de todo um aparelho...
E o carro fúnebre carregando essa carcaça, horripilante passava
E acima um fantasma atormentado que não se conformava
Ia com a odiosidade da vileza profunda que teve em vida
Vai... com o rancor na alma que o acompanha ainda
Nas queixas no abismo da infernal estranheza.


Ander 21/04/2015

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