Olhei por
uma fresta de minha alma
Teu corpo no
beiral de uma cama se despindo
Com os olhos
de chuva, pingos d’agua descendo
E cada peça
de roupa desnudando-a ia,
Até seu
corpo nu, que continuou ainda
Além da pele
e dos músculos...
O sangue por
completo transbordando-a
E de cada
órgão que rompia,
Tal luz não
mortal, angelical explodia!
Conforme se
despindo...
Até a peça
derradeira, de um certo horror
O espelho
sem querer refletia
Em dada a
hora, ao olhar
A última
peça que faltava
Era seu
crânio que a você voltava
A vendo
completamente nua
Só assim
estando pronta
Pegou entre
os dedos,
A pena, de
completos, inteiros sentimentos
E começou a
escrever teus poemas.
Ander 21/03/2017