quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Itinerário espírita


Há dessa ave que assim não voa
Onde a existência a puniu vezes duas
E mais uma se contarmos a mão que entoa
O som, o estalo do seu pescoço se quebrando.

E me perturba de a ver na condição
Condenada a ser essa ave, há de então...
Ter o espírito grandioso, outrora, outrora
Como o general das grandes batalhas sonoras.

E agora, logo na panela porque meu estômago doa
De tanta fome de comer sua carne revirada (à toa)
Será que comeria junto de sua carcaça a alma cheia?
De um apostolo que esteve na estrondosa santa-ceia...

Não pude, pula a alma do cadáver, ela escapula
E nos espirais dos vértices das incógnitas seculares...
Conta-se a história dessa alma que em períodos regulares
Esteve em reis, em primatas e parasitas e na Primeira Célula.


Ander 07/10/2015

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