quarta-feira, 4 de março de 2020

Tríplice Anti-Humano




O poeta quando, essa, a realidade longínqua...
... É impossível chegar ao teu punho fechado
Socorre à imaginação que vai de líquida a solida,
Inexoravelmente as obscuras forças iníquas
E se alivia e sossega na segurança da arte:

No ato 1°o soco arranca o dente
Violentamente já outro na largada
Suscetivelmente arranque na chegada
Tantos outros a destruir humanamente
Aquilo que não serve mais pra nada.

No ato 2° a mão segura o revolver
Aponta para a testa do facínora
Cão miserável, velhaco abominável,
E o gatilho aperta explodindo o cérebro
No festim ao inferno enviado o salafrário.

No ato 3° as mãos estrangulam a meretriz
No sincronismo das duas em concha sobre a jugular
Onde se debate a monstruosidade a relutar
E para, e volta e nunca morre. Ametista maldita
Submergida nas sombras do tempo.

A tríplice anti-humano
Das infindáveis controversas
Versas as múltiplas faces
Da incongruência humana
Ao absurdo do animalesco
Que reina em todos nós.


Ander 04/03/2020