sábado, 10 de junho de 2017

Olhos de Missiva


Quando o sol poente adormece
Em teu sorriso, da luz, ele descurva
Vai sob o teto da estação, desvanece
Suas costas aos meus olhos de missiva.

E seu nome assim ecoando
Um temporal de águas da alma
Deixar-te, não! Ir inundando-a
Onde mergulho a derramando.

Retorna de sentimental pranto
A sua ida que vai... e se distância
E olho as costas de quem nunca mais
Talvez jamais a veria novamente um dia.

Ardente desejo de subi-la tanto à Lua
E descê-la no amor profundo dos corpos
Ah! Lembro agora, foi o tempo do relógio nulo
Onde o nosso beijo ondulou num sopro.

De Sato cobri as estrelas brandas
O coração do mundo todo nos espiando
A tive, e como meros figurantes as árvores,
O tronco que chora, pássaros e a espécie dos homens.


Ander 10/06/2017