segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Introspecção ao ossuário


Que sentido vou dando a essa existência
Quando o mundo esse, pequeno e aleatório
Me propõe, este velho, cuja todas as ciências
Deu-lhe cento e vinte e cinco anos até o ossuário.

O sentido que o mundo dá ao homem
Dá falta de sentido o mundo lhe propõe...
No primeiro tropicão é a carne que se opõe
E não vence, é onde todos os bichos a comem.

Nesses anos todos no abismo que vejo este corpo
Despencando enxerto de vento, de vento é meu corpo
Rolando nos beirais e espetos, para sempre cai este corpo
E eu lá de cima o vendo, despescando, o amor derradeiro.

O sentido é correr para o útero e despedaçá-lo
Abri-lo em trilhões de pétalas ao céu infinito
E voltar silenciosamente igual a cascalhos
Pavimentando as couraças do mundo!


Ander 18/12/2016