Que sentido
vou dando a essa existência
Quando o
mundo esse, pequeno e aleatório
Me propõe,
este velho, cuja todas as ciências
Deu-lhe
cento e vinte e cinco anos até o ossuário.
O sentido
que o mundo dá ao homem
Dá falta de sentido
o mundo lhe propõe...
No primeiro
tropicão é a carne que se opõe
E não vence,
é onde todos os bichos a comem.
Nesses anos
todos no abismo que vejo este corpo
Despencando
enxerto de vento, de vento é meu corpo
Rolando nos
beirais e espetos, para sempre cai este corpo
E eu lá de
cima o vendo, despescando, o amor derradeiro.
O sentido é
correr para o útero e despedaçá-lo
Abri-lo em
trilhões de pétalas ao céu infinito
E voltar
silenciosamente igual a cascalhos
Pavimentando
as couraças do mundo!
Ander
18/12/2016