sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Música e Morte





Música é falecimento, é fúria
E dilacerações, é o espírito
Inquieto de caos e luxuria
Acoplado em transe e atrito.

Sexo é a morte derradeira
A boca cuspindo a porra inteira
É a noite, fim de bebedeira
- Que estórias vis transcorra -

Música é o assalto sombrio
Democrática sensação dos trios...
Cantarolando numa passagem
Dos becos, das aragens.

Sexo é a luz dos instintos
Mordida antropofágica
Escândalos do raciocínio
A Biologia morfológica.

Música de infernais acordes
Arrancada da alma trágica...
Para dançar sobre os cadáveres
De uma noite lírica sobre a morte.

Sexo do violento incesto
O começo profano do Gênesis
Sexo do Darwinismo protesto
Orgias de trilhões de bactérias.

Música no inferno pandemônio
Onde Satã compôs a primeira melodia
A segunda entregue a seu homônimo
Tocada ao cintilante Sol do meio dia.

Sexo primeiro e sexo segundo
De pura natureza proposital
O terceiro é o olho não fecundo
Que se abre perante o mundo!


Ander 29/01/2016