domingo, 13 de setembro de 2015

O corpo que clamava uma alma livre


Indecisa, errante, à deriva, alma oriunda
Dê-me essa alma da mais vagabunda
Sem expectativa alguma, alma suja
Alma de cirrose, de ilusão e overdose,
Dos prédios lúgubres da esquizofrenia
Quero uma alma do valor mais baixo de mercado
Alma da baixeza, além da anarquia, desnuda, fodida
Deem-me essa miséria alma em que todos os dias...
Desce pelo ralo, almas tantas, da higiene formal
Quero essa alma doente, uma alma de todas as angustias
Quero e mais quero essa alma doente pois uma alma...
.... Sã não vale nada!
E este corpo de espasmos
Rumina ofegante esse espírito
Essa circunferência abstrata vomita
O ectoplasma para fora dos restos
E o pássaro bica a alma e com ela voa
E lá no céu essa alma tem a coroa
E urgentemente a alma que o pássaro leva
É a alma que não habita ninguém.


Ander 11/09/2015