Indecisa, errante, à deriva, alma oriunda
Dê-me essa
alma da mais vagabunda
Sem
expectativa alguma, alma suja
Alma de
cirrose, de ilusão e overdose,
Dos prédios
lúgubres da esquizofrenia
Quero uma
alma do valor mais baixo de mercado
Alma da
baixeza, além da anarquia, desnuda, fodida
Deem-me essa
miséria alma em que todos os dias...
Desce pelo
ralo, almas tantas, da higiene formal
Quero essa
alma doente, uma alma de todas as angustias
Quero e mais
quero essa alma doente pois uma alma...
.... Sã não
vale nada!
E este corpo
de espasmos
Rumina
ofegante esse espírito
Essa
circunferência abstrata vomita
O ectoplasma
para fora dos restos
E o pássaro
bica a alma e com ela voa
E lá no céu
essa alma tem a coroa
E
urgentemente a alma que o pássaro leva
É a alma que
não habita ninguém.
Ander
11/09/2015