sábado, 28 de março de 2015

A boca do mundo




A boca do mundo se abre
Para soprar todas as dores
Essa que transporta a pobre
Gente… para todos os lugares.

E a fumaça obscura ondula
Miseravelmente o alvo certo
Esmaga, e arranca a medula
Que acoplava ao resto dos restos.

É natural a tristeza enorme
Pairar sobre os nossos corações
Mas quando essa tristeza consome
A alma desse órgão errante em porções...

Dor! E dor e sofre em ser consciência
E sofre para sempre, morre ao nascer
Cadáveres dos acidentes da violência
E o derradeiro fio da alma tende adoecer.

E tórrida a chusma onde os abutres...
Do céu devoram os deuses e mortais
E o louco mortal também devora Deus.


Ander 28/03/2015